segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Abinoã - Angústia em Bronze


Tudo começou há muitíssimo tempo atrás, na época dourada do tráfico de cuecas sujas, quando "Abinoã" era apenas um infante que havia gritado muito pelo direito de viver, pois ele não havia vindo ao mundo da forma mais fácil. Sua mãe havia morrido no parto, e ele sobreviveu por muito pouco.
Um dia, ele perguntou como ele veio ao mundo. Muita canalhice de Abinoã ter perguntado aquilo para o seu pobre pai. Há anos ele estava tentando esquecer essa memória que o deixava
tão emo. Ele disse que Abinoã não veio de um pé de repolho, nem de uma cegonha; Abinoã veio d'água. Uma impura criatura d'água, que violentava e fazia morrer.
Ele vivia ao meio da imundície dos brejos, se alimentando de folhas e peixes mortos. Todos na aldeia próxima dessa região pantanosa temiam Abinoã, considerado na aldeia um demônio dos churros, que violentava e fazia todos morreram, embora ele jamais tenha feito nada a ninguém. Ele não fez nada pior do que enforcar um gato.
Os anciãos dessa aldeia achavam que rituais sangrentos e macabros afugentariam a criatura monstruosa que era Abinoã, ao som de tambores metálicos, que eram golpeados com violência, na tentativa de ensurdecer os gritinhos das pobres crianças de 5 anos, nas quais eram aplicados vários cortes para sair sangue, antes delas serem jogadas ao fogo ardente. Uma visão que vivia nos pesadelos dos aldeãos mais sensíveis, obrigados a assistir um espetáculo tão grotesco.
Muitos cometiam suícidio porque não conseguiam continuar vivos com a memória desses rituais aterrorizando suas vidas. O ódio e o veneno aéreos soprados dos olhos dos anciãos parecia alimentar mais o fogo. Os aldeãos temiam mais os anciãos do que a criatura a qual os anciãos tanto amaldiçoavam. Pelo menos Abinoã (ainda) não matou criancinhas.
Mas um dia, os ventos carregaram um cheiro sulfuroso para a aldeia. Abinoã havia saído de seu covil de trevas encharcado de diarréia, para perturbar o sossego dos aldeãos. Mas ele não tinha saído para moer os ossos ou sugar o sangue de alguém, tudo o que ele queria era uma xícara de açúcar.
Mas, quando chegou na aldeia, ele foi alvejado por milicianos corruptos e canalhistas, pois ele havia se aproximado de uma criança, e os milicianos achavam que ele iria molesta - la. E o corpo de Abinoã ficou jogado no meio da rua, apodrecendo e cheio de chumbo grosso. Mas, na escuridão da noite, seus ferimentos graves não podiam detê - lo. Mal sabiam os estúpidos milicianos que Abinoã era uma criatura impura d'água, e só morria se tivesse a cabeça decepada.
Na calada da noite, ele corria de volta para seu lar, para curar seus ferimentos, e esperar mais 5 anos para voltar para a superfície. Passado esse período de cinco longos anos, Abinoã saiu da escuridão, finalmente curado de corpo e alma, para se vingar dos milicianos malditos que haviam o ferido. Ele leu nos jornais que as lojas de tubulações daquela aldeia haviam sido saqueadas e faliram. Isso só podia ser obra do arquiinimigo, o Homem Piedoso Sugador de Cano! Que de "piedoso", só tinha o nome. Porque atraia as pobres criancinhas para uma jornada de dor e prazer nos rios de enxofre das entranhas do Inferno, em meio a eletrodomésticos quebrados, e precisava sugar canos para viver. Só ele sabia que Abinoã era vulnerável à decapitação, mas Abinoã jamais poderia pega - lo, pois o Homem Piedoso se movia na velocidade do fiasco.
Ele voltou para a aldeia, mas de madrugada, para que nenhuma criança imbecil com o nariz cheio de ranho e com as calças pesadas de tanto de cocô o avistasse e abrisse o maior berreiro, e atraísse uma turba enfurecida com sabres de luz.
Ele entrou no quartel da mílica, mas encontrou todos os milicianos mortos! E ele saiu do quartel decepcionado, amaldiçoando o Céu e o Inferno igualmente. Até que ele encontrou o Homem Piedoso! Ele havia matado os milicianos e incendiado a aldeia, que agora ardia em chamas; Todos os aldeãos encontravam - se asfixiando com o fogo e a fumaça, e seus preciosos filhos agora tinham gosto de fuligem. Os Anciãos, que ganharam a vida por meio da enganação e da manipulação dos ignorantes aldeãos, agora eram estuprados pelas chamas consumidoras.
Mas, agora era hora de Abinoã lutar e tentar derrotar seu odioso inimigo. A luta foi um caos desonroso, com areia voando e mãos fatiando madeira. Mas Abinoã parecia ter a vantagem, já que havia acertado Homem Piedoso na coluna e o jogado no chão numa posição humilhante: com o traseiro empinado e mãos amarradas com cordas feitas de corda.
Abinoã já estava abrindo as calças e tirando seu viril pedaço de carne para finalizar Homem Piedoso. Mas, antes que Abinoã pudesse cometer aquele ato de violação sodomita, Homem Piedoso se movimentou na velocidade do fiasco. Mais rápida do que a velocidade de festa. Abinoã ficou perdido olhando para o céu roxo avermelhado, esperando Homem Piedoso voltar para trazer muitos priocos para ele.
Mas Homem Piedoso jogou Abinoã contra uma lata de lixo demôníaca, e o amarrou com correntes flamejantes da dor infernal. Abinoã implorou por piedade, como uma pessoa que vestiu a calça do avesso. Mas Homem Piedoso, que não era tão piedoso quanto o nome dele sugeria, debochou com ódio as súplicas desesperadas de Abinoã, e decapitou Abinoã com espetos de churrasco. As correntes flamejantes e o sangue falso ajudaram no processo


Moral: Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. E pouco dinheiro.

Moral 2: Nada melhor que o cheiro de Napalm pela manhã. Tem cheiro de vitória!

Moral 3: Morte aos suicidas.

Moral 4: Os textos do Malburg são cultura.

Epílogo: Você não pode deter o derretimento sanitário.

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