quarta-feira, 25 de junho de 2014

Boa fé, Rampeiro

Tudo começou há muito tempo, em uma terra de lendas e sonhos, chamada Urca, que não era uma terra de merda. Lá o mendigo sonhava, e se você jogasse duas facas nas nucas de dois artistas marciais mistos, seriam dois merdas a menos.

Lá, o Rampeiro da Boa Fé se rejubilava pelos campos. Ele se chamava assim porque "rampeiro" em Porto Rico era uma gíria do submundo da prostituição grega. E ele foi preso por incentivar a prostituição usando esse apelido pra cima e pra baixo. O que foi bom, porque ninguém gostava dele. Ele usava essa denominação imbecil porto - riquenha porque era um impressionável que pagava pau pra tudo do estrangeiro; podia, sei lá, usar "Quengo da Boa Fé" ou algo mais nacional; era um tremendo filho da puta detestável que só era humilde e simpático quando se tratava de gurias e superiores, e um mobral que tinha um tumblr cheio de imagens de caveiras e bigodes, e ainda usava uma máscara de caveira cheia de calombos. Talvez em virtude disso, ele jurava por Deus que luta olímpica contava como luta de verdade, e comia uma marca artesanal de "cookies", o que significava que ele pagava R$ 8 para comer 1 (uma) bolacha, sendo que com R$ 2 ele pode comprar um pacote inteiro de negresco. E de boa fé ele não tinha nada.

E agora, o Rampeiro da Boa Fé estava numa cela fétida e superlotada, esperando que poderia formar uma banda de metal melódico, com os camaradinhas da nona série. Ele queria escrever músicas, mas não tinha o talento necessário. Só tinha a paixão interior, a mesma paixão que sentia por Fahkuhr, a princesa da micção noturna. Quando ele passasse pro regime aberto, ele ia chegar nela com muita ginga e muito assunto, coisas que uma mulher gostaria de ouvir, do tipo: "e aí, você gosta de luta olímpica?".

Só que Fahkuhr não estava solteira, não. Ela estava namorando Anderson "Bebê", o policial militar! E ele acabou descobrindo que o Rampeiro estava tendo contato com ela no chat do facebook e estava de gracinha. Então Bebê ficou furioso! Que porra era aquela? E por que esse boçal se denomina Rampeiro da Boa Fé? Era algum super - herói? Super - herói ou não, ia dar uma lição nele.

Enquanto isso, Rampeiro sonhava com um encontro com Fahkuhr, pois ela pareceu super simpática quando ele perguntou se ela não queria uma hora dessas passar lá na penitenciária, pelo facebook que pegava direitinho na prisão, culpa dos petralhas. E no dia da visita intima, Rampeiro achou que seria mais uma vez em que ninguém do mundo exterior passaria por lá, mas, no fim das contas, quem deu o ar da graça foi Fahkuhr, de todas as pessoas!
Ele deu o 'abraço amigo' que ele dava nela antes de ser condenado e os dois entraram na cela, tinham muito para pôr em dia. Rampeiro sorria abobadamente enquanto olhava a amada Fahkuhr em todo o seu esplendor. Mas, para a enorme surpresa dele, ela agarrou o próprio rosto e o tirou como uma máscara! Ele gritou, assustado: "Fahkuhr? O que é isso? O que está acontecendo?!" - E ele havia sido enganado; Era Bebê!

A paúra congelou Rampeiro contra a parede. Ele estava chocado de estar diante de Bebê, nunca imaginou que fosse do tipo ciumento, quando ele acusou: "Tá de amiguinho da minha mina, tá? Você é viado por acaso?"
"- Não, não! Ah ops... quer dizer sim, sou! Sim, muito! Eu sou! Eu sou!"

Mas ele não se deu por convencido. "Me contaram que  você até encoxou ela! Vou arrancar sua cabeça e enfiá - la no seu reto!" - "Não! Espere! Podemos conversar!" - Mas Bebê estava tirando as roupas com um sorriso maligno no rosto. "Ei! O que você está fazendo?!"

Mas então Bebê afundou o punho na boca do estomâgo do Rampeiro, que caiu de joelhos, gemendo de dor. E então mandou ele se ajoelhar e conversar com o troço dele; ele disse ao Rampeiro que gostava quando Fahkuhr e a mãe do Rampeiro faziam isso.

O Rampeiro da Boa Fé, com o rosto vermelho de choro por causa da humilhação, perguntou pro troço se ele tinha visto os últimos episódios de Game of Thrones, e desatou a soluçar. "Engolhe esse choro, filho da puta!" - E bateu repetidamente com o troço na cara do Rampeiro, cada pancada que parecia o Apollo Creed. E depois ele pegou uma .45 no bolso da calça e deu um tiro na rótula do joelho do Rampeiro, que urrou de dor e chorou mais ainda, que bichinha. O barulho do tiro ecoou pela prisão inteira, assim como o grito de dor, mas ninguém saiu correndo pra ver o que era... E ainda nem questionaram o absurdo de trazer uma arma de fogo pra dentro daquele lugar, que deveria ter sido retirada na revista, mas Bebê molhou a mão dos guardas para não encherem o saco dele enquanto atormentava o prisioneiro.

Ele agora pulava com o corpo inteiro em cima de Rampeiro em cima do colchão vagabundo. Ele ria da desgraça da vítima! E foi uma descoberta muito chocante para Rampeiro: apesar de ele ser militar, ele era de esquerda! Por isso Bebê dizia: "Vou te mostrar reforma agrária! Vou te mostrar Noam Chomsky! Vou te mostrar o que é PT! Vou te mostrar o que é PSOL! Vou te mostrar...

Mas então o rosto de Bebê inchou horrivelmente, e sua glote se fechou! Ele havia esquecido que era alérgico a látex antes de usar aquela máscara, e assim ele sufocou até morrer. Rampeiro mal conseguia acreditar que estava a salvo daquele descompensado.

Ele aproveitou para sair da cela entreaberta, e notou que não havia nenhum guarda por perto. Só instantes depois descobriu que aquele tiro desencadeou uma rebelião no presidio! Os presos agora lutavam pela liberdade e um heavy metal muito do ruinzinho, mas não sabiam o que estavam prestes a enfrentar! Haviam os 7 Carcereiros das Chamas Infernais! Eles serviam apenas a um mestre!

O Rampeiro se mostrou extremamente valente enquanto tentava se defendia dos sete demônios, mas logo os rebeldes se desencorajaram quando seu líder, Leão Lodo, líder de uma banda de metal que segue subgêneros extremamente artificiais e não consegue fazer músicas que não sejam medíocres e preso justamente por isso, foi decapitado por eles. Suas últimas palavras foram: "Ah, eu queria muito Londres e starbucks!". E os coleguinhas de nona série do Rampeiro foram executados friamente por esses Carcereiros que ainda faziam a pirraça de engravidar homens do sexo masculino viris.

Não havia mais nenhuma chance, a não ser a fuga! E então ele fugiu pelos portões principais, tendo que evitar as chamas conjuradas pela magia negra dos 7 Carcereiros, cachorros, francoatiradores cujos tiros passavam por um fio de arrebentar sua cabeça. Depois de correr ensandecidamente por vários quilômetros, ele enfim sentiu como era estar livre de novo. Mas claro que ele iria voltar para aquele presidio, era praticamente sua casa. Especialmente agora que estava incendiado.

Mas agora ele iria cavalgar pelas planícies, e buscar inspirações pro metal poser que ele procurava compor; mais interessado em como iam ser as capas dos álbuns do que qualquer outra coisa. Inclusive uma música sobre um templário que vira "du mal" com bombas atômicas, com melodias plagiadas do Manowar, que ele mesmo pretendia cantar, sendo que ele não conseguia nem cantar "parabéns pra você".

 E então o cavalo que ele cavalgava se revoltou contra ele e os petralhas no poder, e atirou ele no chão, que caiu de rosto nas pedras recortadas. Certeza que ia infeccionar.

Moral: Não acredite na propaganda; é uma continuação.

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