quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A Espera

Tudo começou há muito tempo, em uma terra muito distante onde o Sol não nascia, que existia somente em lendas... Nela viveu um cavaleiro em uma armadura de aço negro que o fazia parecer um Dr. Destino renascentista. Ele tentou ser músico e não conseguiu, e logo passou a dedicar sua vida a matar dragões e resgatar donzelas, sempre seguido de seu fiel escudeiro.

Eles rumavam para as terras arrasadas onde encontrariam e matariam outro odioso dragão, uma fera sanguinária, o mcnífico, que massacrava os inocentes, roubava tesouros e donzelas e os acumulava em suas torres; e também deixava crianças de castigo pro resto da vida quando jogavam água na torradeira ligada. Porcaria de moleques.

Apenas os dois não seriam capazes de derrotar a criatura sozinhos, então decidiram formar um grupo de aventureiros, desses que estão destruindo a democracia. A eles se juntaram um elfo arqueiro clichê, Yalta, o mais macho do grupo, que usava um colete com coração no meio, e Boróf, o anão que era um forjador de armas de habilidade iniguilável, e que fazia uma dança lenta e sensual que enlouquecia mulheres e homens. Normalmente mais homens do que mulheres.

Eles e mais um grupo de menestréis contratados pelo cavaleiro, através de promessas de que assim que o dragão morresse, iriam dividir o tesouro saqueado. Ele nem estava nessa pelo ouro, e sim pela donzela. Ele pegava todas, e ensinava como. Mas o que é meio pesado de dizer, é que ele já transou com uma no banheiro de um calabouço. Que nojo, né?

E assim, eles partiram nessa grande busca. Eles chegaram até uma terra onde não havia nada além de fogueiras do Capeta e camponeses atravessados por estacas. Apenas mais uns passos depois e viram a sinistra torre, e enfim o dragão apareceu, com os olhos injetados de ódio, cuspindo fogo para todos os lados.

O cavaleiro, sem nenhum apreço pela própria vida, se jogou contra o monstro, com um grito desafinado de moleque de 12 anos, escapando por um triz do fogo que o faria encontrar com seu criador.
Quando alcançou o dragão, ele começou fazer carinho em sua barriga, e em seguida ele cedeu ao carinho, e todos acharam fofo e engraçado. Mas depois os dois passaram para um beijo de língua, daí todos ficaram com nojo.

O dragão parecia finalmente subjugado, mas, literalmente do nada, surgiram um bando de tubarões que estraçalharam o cavaleiro com várias fileiras de dentes! Ele ficou todo mordido e fodido. Ele só sobreviveu, por sorte, porque os tubarões não sobreviveram muito tempo sem nenhuma água a quilômetros.

E de repente um urso apareceu, e ele iria atacar o bando! O fiel escudeiro, que já tinha bebido mais de uma, se colocou diante do urso para enfrentá - lo; ele achava que se lembrava da época em que ele lutou contra um urso! Mas esse urso arrancou sua cabeça como a de um boneco e o estripou.

Todos já se acovardavam de horror, quando o cavaleiro partiu pra cima dele! Ele saiu ainda mais lacerado pelas garras infectas, mas deu cabo do urso, fatiando - o que nem um rocambole! Mas foi aí que um dos menestréis gritou horrorizado: "um dragão do mar!" - mas logo ele foi avisado que não precisava daquilo, era só um jacaré e todos sabiam. Isso junto com hienas, um elefante, uma morsa, e um hipopótamo que jogava os menestréis para todos os lados, e arrancou o braço de outro, e então surgiram um monte de chipanzés! Avisaram para parar porque já estava ficando ridículo!

O cavaleiro olhou em volta, a situação parecia completamente perdida! Em seguida houve uma revoada de milhares de pássaros, que cagaram nos olhos dele! E Yalta, o elfo, foi pisoteado até morrer por um estouro da boiada.

E o cavaleiro ficou bruto e disse: "Parou com tudo isso! Chega!" - e levaram horas para mandar todos os animais embora, com mais baixas, e tiveram que limpar tudo porque os vizinhos eram brutos.

A poeira havia finalmente baixado, e só havia Boróf e o cavaleiro; os menestréis restantes foram embora, acreditando que não havia recompensa que valesse tanta degradação. Agora era só questão de limpar toda a torre de seus tesouros e levar a garota no final.

Só que, de súbito, Boróf foi desintegrado num jato de chamas! O temível dragão havia voltado, e em sua voz malévola ele perguntou para o intrépido cavaleiro: "Por que você não olha mais nos meus olhos quando fazemos amor?!"

Preparado para a batalha o cavaleiro se atirou mais uma vez contra a fera, desviando de garras e o terrível fogo, e fez carinho na barriga dela outra vez, para ficar repetitivo. Numa manobra sorrateira, ele sacou a espada e atravessou o coração odioso do dragão com sua espada.
Em um rugido hediondo, o monstro se desfez ao chão, e os últimos suspiros de vida o abandonaram. Sua queda sacodiu a terra, e fez a torre desmoronar, e o cavaleiro deixou um gemido efeminado escapar: estava tudo acabado; a princesa que devia estar lá dentro provavelmente morreu esmagada, foi tudo a troco de nada.

Quase indo embora, ele olhou para trás e a viu! Milagrosamente ela sobreviveu sem nenhum arranhão! E o cavaleiro saiu correndo ao encontro dela. Sua voz deixaria os anjos com inveja, lábios doces que nem... doces. E olhos lindos que o olhavam com malícia, e também explicavam a tendência dela de seguir dietas bem alternativas de comer qualquer raiz que visse pela frente; ela ainda ia morrer disso...

Ela queria muito agradecê - lo por salvá - la do terrível dragão, e isso significava gratificação física. Mas o cavaleiro disse que não, não queria. "Como assim não quer?" - ah, sei lá - ele respondeu. Ele tava com muita vontade no caminho, mas depois de ser quase morto por um dragão e um mundo de animais, não é todo mundo que fica a ponto de bala... Ninguém fica. Ela deveria ter expectativas mais realistas. Pelo menos ele estava ali para conversar. "Conversar o cacete" - respondeu a donzela, que mandou ele tomar naquele lugar e foi embora.

Moral: Sempre aprenda se divertindo!

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