domingo, 23 de março de 2014

Os Homens Marinhos do Equador

Tudo começou há muito tempo, quando Abinoã estava andando na rua, um pouco desanimado. Provavelmente ele estava pensando em assaltar um banco ali na esquina. Mas ao dobrá - la, ele viu uma propaganda em vídeo na parede, muito mal - feita, com cara de que foi feita no Windows Movie Maker. Ela dizia "VISITE O EQUADOR", mas não parecia muito oficial, não.
Nela, havia um cara com um chapéu em forma de castelo gritando histérico e meio que satanicamente: "Venha comigo! Vamos em uma viagem para buscar os homens marinhos... do Equador!!!" - E Abinoã ficou completamente impressionado; parecia que o cara estava falando com ele! E assim ele respondeu: "É uma pena, mas eu não posso! É muito caro!" - E o cara respondeu: "Abra sua mão! Seu sovina, unha de fome!"
E a imagem vídeo na parede de súbito se tornou uma águia imperialista, e Abinoã subiu correndinho as escadas que levavam àquela parede. O vídeo agora era um close na face daquele cara, que lançava um olhar 43 para Abinoã. Através do televisor ele ergueu sua mão para Abinoã, e ele a agarrou com sua mão direita suja, e foi levado para o Equador, e eram os dois dentro do vídeo agora!
Juntos, eles andaram sob o sol e vasto céu azul do Equador, quase trombando um no outro, e Abinoã achou que talvez o cara não tivesse uma boa noção de orientação espacial. Ou fosse ele mesmo, vai saber; ele era super inseguro de si.
Mas na verdade, ele colocou a mão no ombro de Abinoã, apenas para mostrar uma arena, onde no passado distante, havia gladiadores. E disse: "Abinoã, um dia tudo isso será seu". Mas logo se desvencilhou dele para realizar patéticas danças enquanto gritava "EQUADOR!"
Então houve uma enorme e chocante reviravolta: a águia imperialista de antes pousou no braço daquele cara! Ele a domesticava, e não o contrário. Não tinha medo de nada, era o fodão.
À distância, vinha uma mulher carregando um peso de papéis de vidro, oferecendo como presente e sinal de amizade e benevolência. Mas no ritmo que ela andava, ia demorar um pouco. Até se poderia sugerir que ela pegasse um ônibus, mas ela não queria gastar com passagem.
E o cara continuou mostrando a Abinoã o encanto do que considerava como "Equador". E deixou ele sozinho uns instantes, porque foi estereotipicamente cortar cana. Abinoã ergueu os braços em saudação ao sol e à majestosa águia, e pouco depois apareceram umas modelos estonteantes que dançavam que nem gelatina ou duendes favelados com facas, e Abinoã as olhava e pensava: "Meu, nada a ver esse chapéu com essa roupa! E essas unhas!"
Mas logo houve conflito! Apareceram uns sujeitos com cara de pitboy e óculos escuros. Um deles usava uma camiseta da seleção argentina. Um que acreditava ser o líder inquiriu Abinoã: "tá olhando o quê?"
- "Agora não sei, tem uma bicha na frente e não consigo ver". E isso deu margem a um angustiante afrontamento, enquanto que em universidades se poderia ferozmente destruir aulas e equipamento por completo, valendo - se de uma machadinha, com o intuito de matar com poder!
O pior só foi evitado graças à chegada da mulher com o peso de papéis, trazendo harmonia entre os povos, fazendo um segurar a mão do outro.

Entretanto, desde que Abinoã havia chego ali, não tinha visto sequer um homem marinho! Mas aquele cara ficava falando: "Escute - me!" - como se o estivesse tratando de mendigo que limpa os ouvidos imundos com cotonetes e os deixa todos jogados na rua. E vivia dizendo: "Venha comigo! Vamos em uma viagem para buscar os homens marinhos... do Equador!" e "Equador!".
Abinoã começou a achar ele um pouco repetitivo, mas se ele estivesse prestando atenção, o cara maníaco iria levá - lo consigo para os homens marinhos. Lhe avisou então: nósa vamos por baixo d'água, "okeyday"?

E nas profundezas do mar, encontraram os tais dos homens marinhos, que construíram sua própria civilização, e lá acharam um Aquaman equatoriano.
Abinoã estava maravilhado! Depois de tanto tempo, ele achou os homens marinhos! Mas tal êxtase não durou muito, porque aquele cara o apagou dando com o peso de papéis na nuca dele, e ele se afogou nas profundezas. E ele e os homens marinhos devoraram o corpo de Abinoã, porque eram um raça de 'sereios' que dependiam da vinda de humanos para se alimentarem, enquanto aquele mesmo cara ria diabolicamente.

Moral: Sempre deixe suas calhas limpas

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