quinta-feira, 13 de junho de 2013

Spi: Mas que porra é essa?

Tudo começou há muito tempo numa animada e feliz fábrica de conservas na qual onde quer que tivesse luz, todo mundo se escondia, pois na certa haveria uma chacina quando ninguém queria. E lá morava um sujeito desagradável que se humilhava completamente estrangulando animais e pessoas, e ouvindo música inescutável.
Esse sujeito vivia completamente fora do ar com substâncias e enchendo o saco das pessoas. Todo mundo dizia: "o que que ele quer agora, esse filho de uma puta escrota! Xexelento...". Vivia perguntando se queriam doce, se queriam verde, se queriam cerveja de gente fresca que custa R$ 40, se queriam salsichão, se queriam linguiça podre, se queriam mortadela estragada, ou talvez mesmo uma morcilha parcialmente decomposta. Era um sujeito de sugestões, além de mauricinho arrogante. Ele vivia falando do Spi, sujeito másculo que usava roupa colante e roxa, esfriava o café assoprando, só falava de horóscopo e esmalte e tomava caipirinha com o guardanapo enrolado no copo, e que odiava acima de qualquer coisa ou pessoa um chinesinho de farda com bigode de motoboy, que torturava ele e a mãe dele. Ela pelo menos gostava, por causa dos 50 tons de cinza. Ele tava tão fora do ar que nem sabia que ele tava falando dele mesmo, mas que otário. Aliás, ele não sabia nada do que dizia naquele momento, mas agora falava de que iria levar todos para uma expedição de sonhos pela vida noturna da Rússia, sendo que ele mal conhecia a vida noturna da própria cidade e ainda falava sério ali mesmo de ir pra lá, tinha os contratos que ele mesmo fez no bloco de notas e tinha todo o dinheiro dos pais pra levar uma renca. A pessoa minimamente falava de um lugar completamente nada a ver pra ir, ele levava a sério e adicionava à lista. Mas seu plano realmente sério era chegar lá, roubar um ônibus que ele mesmo iria dirigir completamente inconsciente e levaria a tchurma para os lugares de veado que lhe deram dinheiro para visitar e anunciar. E ele levou todos embora pro aeroporto no mesmo instante, e todos saíram do país sem avisar ninguém. Quando aterrissaram, com todo o povo implorando pela clemência da morte por causa da ressaca, Spi continuava um imbecil, por causa do doce e sua bebedeira falastrona. Tudo correu como planejado, o ônibus roubado fez seu caminho e as meninas do grupo já estavam chorando feito criançolas por seus pais. A condução etilizada de Spi causou um bilhão de acidentes fatais e fechou rodovias importantes daquele país. E ele estacionou porcamente o ônibus numa praia. E ele anunciou todo bonachão para que a folia começasse! Achando -se o puta anfitrião, trouxe de algum jeito um isopor cheio de gelo e malzbier da Brahma, e todos que viram vomitaram até a alma, primeiro por causa da bebida, segundo porque era mais álcool. A maioria tentava beber água do mar, a única coisa que não tinha álcool por ali e que ainda assim causaria delírios e morte, enquanto outro sujeito corria, coberto em chamas! Pelo menos três pessoas desertaram e fugiram o mais longe que puderam. Enquanto o caos e a morte reinavam soltos, Spi pensava consigo mesmo: "Aê, isso sim que é festa! Que mundo maravilhoso que existe!". Ele começou a sentir sono e serenamente dormiu, encolhido que nem uma criança e com um sorriso meigo no rosto. O problema é que todos que dormiram acabaram não acordando, porque agora estavam estirados no chão misteriosamente com a garganta cortada de orelha a orelha. E isso incluía o Spi. E o ônibus não estava mais lá.

 Moral: O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem.

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