segunda-feira, 10 de junho de 2013

Larica dos Mulekes VS. Muito Além do Peso - O confronto final

Tudo começou há muito tempo, quando os moleques do Larica dos Mulekes se tornaram uma sensação planetária com o single "to com fome, quero leite", que ganhou dois discos de diamante e um de platina. Só que os moleques ficaram decepcionados, por que não dava pra comê - los. O sucesso os tornou mundialmente famosos e ricos além de seus maiores sonhos, e cada integrante tinha uma mansão em Angra. E aliviaram muito a condição das famílias deles, que gastavam todo o Bolsa Família pra dar comida praqueles pentelhos, o que incluía muito ovomaltine com maionese. Só para uma ideia modesta da popularidade do grupo, a mera notícia de um show deles quase desencadeava uma guerra civil na cidade para a compra de ingressos. Tudo ia muito bem... Até que aqueles patifes recalcados da mídia independente decidiram se opor! Então foi lançado o documentário "Muito Além do Peso", que denunciava a pandemia de obesidade e o Larica dos Mulekes, acusando - os de serem lacaios da Kraft, envolvidos num esquema maligno para tornar a humanidade num monte de putos obesos, incentivando o consumo desenfreado de comidas repugnantes, que nem um drogado ou uma cabra comeriam mesmo que fossem uma alternativa a morrer de fome. Bolinho de carne, pipoca com maionese, essas merdas aí. Tudo em nome de um lucro que viria sujo de morte! O Larica dos Mulekes não iria permitir essa desonra a eles continuar! A vingança seria terrível... Colocaram uma bomba no carro da diretora daquele documentário. Quando ela deu partida, voou pedaço dela pra todos os lados. Esse atentado atroz causou comoção nacional, mas antes que a situação pudesse ser contida, o Larica dos Mulekes causou outro atentado que destruiu completamente o programa Fome Zero, que era um anátema para eles. Sem fome, nada na música deles faria sentido. Todos reconheceram que eles foram longe demais, e agora não teve nenhuma economia de esforço para deter os pirralhos com voz desafinada de taquara rachada. Foi convocado exército, aeronáutica, marinha, fuzileiros, os produtores desafetos do documentário e o apoio da multidão para uma expedição punitiva contra a comunidade que os abrigava. Cercaram - na completamente, na esperança de que uma hora, eles ficariam sem comida e não teriam escolha a não ser se entregar. Não esperaram muito, porque a única coisa que os moleques faziam era comer alucinadamente, sem nem mastigar. Todos achavam que eles iriam capitular, mas de repente, eles apareceram com barulhos de tiros e explosões! As Forças Armadas debandaram às pressas, correndo por suas vidas! Foi uma retirada catastrófica na qual muitos morreram, só não sei como. A situação que tinha tudo para ser facilmente resolvida se tornou um amargo impasse. Muitos queriam voltar para a casa, e ainda tinham na mente aquela voz gutural e demoníaca que dizia "mix: quero um pedaçú de pão!", e que não os deixava dormir. O número de refugiados só crescia, em condições sub - humanas. Até que finalmente acharam uma solução, que poderia ser a única esperança da humanidade. Eles convocaram o Larica dos Mulekes para discutir termos de paz. Toda a presença militar seria retirada da comunidade deles, e de quebra, ganharam um galão de 20 litros do refri que tava gelado, mas que na verdade era molho de pimenta habanero. Então os moleques fizeram um banquete da vitória de batata, ovo frito, e x-bacon. Tudo com maionese, claro. E justamente com o "refri" que ganharam, que não tinha mistério, exceto o que estavam para descobrir. Assim que ficaram entalados se serviram da bebida. Ela desceu queimando e cauterizou os órgãos internos deles! Entraram em completo desespero! Sopravam fogo para todos os lados e incendiaram velhinhas e inocentes, inclusive a coitada da Dona Vera. O fogo era vermelho, e ardendo se espalhou. As árvores, que nem tochas, se incendiaram com luz. Isso sem falar que os moleques explodiram surrealmente, além de terem trazido o fim da outrora próspera comunidade em que moravam. Então, no lugar dela, construíram um Madero e outra espelunca pra Copa. Moral: O que importa é a beleza interior.

Nenhum comentário: