sexta-feira, 21 de junho de 2013

Heróis do Cacau

Tudo começou há muito, na época da navegação de cabotagem para uma terra da selvageria, que logo seria desbravada, perderia todo seu sentido primitivo em nome da sistêmica exploração de trabalho, a onça seria toda arrebentada pra virar vestes de peruas.

Naquela terra haviam duas fazendas de cacau em eterna guerra. A maior delas pertencia a Abinoã, e a outra, ao elenco do Glee! Seria um baita de um serviço público atear fogo nessa fazenda, com eles dentro; nem precisava ser o Abinoã pra aceitar isso.

Em ambas, os trabalhadores não tinham direitos, viviam cortando os dedos com facões enferrujados, só ganhavam comida péssima e dormiam em alojamentos de chão batido infestados de barbeiro. Os trabalhadores de Abinoã eram gratos pela falta de música, pelo menos. Mas quem não gostasse podia voltar a pé pra onde vieram. Muitos deixaram as cidades pra trabalhar naquelas fazendas, que lhes davam casa e comida de graça, e muito mais dinheiro do que ganhariam naquelas valas de cidades. Mas a lei lá também era bem diferente.

Volta e meia, os trabalhadores eram pegos em emboscadas e todos mortos a tiros. Eram acusados de estarem invadindo a terra da Reserva, o único pedaço de terra ainda não reivindicado. A Reserva ficava perto do povoado de Ferradas, cujo nome representava o glorioso estado de espírito do seu povo.

Lá havia um prostíbulo de dezão no qual todo mundo ia. Lá haviam as discussões bêbadas e inúteis, sobre a cerca elétrica que não foi colocada direito e acabou com a luz da rua inteira. Um xingava a mãe do outro, e o outro respondia "cai dentro! Seu valente de merda!". A casa ficava cheia com suas duas atendentes, uma com metade dos dentes e outra era um transsexual pós operado.

E um dia, Abinoã chegou com seus jagunços até Ferradas, de maneira que a guria bazingueira disse que parecia Star Wars. Ele suspirou desapontado e disse que não, não parecia.

Abinoã aparecia lá esporadicamente para roubar tudo o que eles tinham, para dizer em quais políticos votar, para aproveitar a hospitalidade daquele único bordel  e dizer para nunca, NUNCA escutarem Glee.

Isso durou até o dia em que um dos "valentes de merda" se cansou de tudo aquilo e ouvindo os conselhos de um OSHO da vida que morava lá, foi para a cidade mais próxima procurar ajuda, mas tudo o que encontrou lá foi uma Liga da Justiça, liderada pelo Yuri Engraçadaço, que corria da Flávia Maravilha  e um Menino Orc monosselhudo. A princípio eles nem queriam o Menino Orc por perto, que ficava enchendo a bunda de cachaça, mas ele provou seu valor comendo uma embalagem de 1 tonelada de Yokitos. Todos acharam uma graça.

Por mais que essa ajuda dos céus deixasse muito a desejar, foram eles que treinaram o pessoal de Ferradas a acreditarem em si mesmos e não precisarem de ajuda.

Quando Abinoã voltou, os Ferradenses se voltaram contra ele, mas ele acabou com todos com seu sabre de luz. Só que a guria bazingueira teve sua cabeça numa estaca. Agora que Ferradas foi aniquilada, a Liga dos marginais enfrentou Abinoã, com resultados ainda mais catastróficos.

O aquaman e o super homem falsificados foram completamente crivados de balas. Idem para caçador marciano paraguaio, e quanto ao Menino Orc, uma bala separou a sua monosselha. Milhões de abelhas foram atiradas para aquele canto do mundo, e os choques anafiláticos não tiveram fim.

Flávia estava vendo o Abinoã gritando e rindo diabolicamente na tv, e cantando ela pedreiramente. E a resposta foi um tiro na cara dele, matando - o. E terminado estava seu jugo de opressão sobre Ferradas!

Mas no fim, não houve vitória nenhuma. Talvez só para o OSHO que não fez nada e ia continuar sua aposentadoria naquele fim de mundo.

Mas a Liga iria andar por lá novamente! Finalmente iriam destruir a fazenda de cacau do Glee! E o Yuri ficou com a garota no final, com uma dos prostíbulos, sem os dentes, cujo nome era Cacau Menezes, e teve um casamento na praia com ela.
E aquelas duas estâncias foram substituídas por um latifúndio ridiculamente grande de cacau para servir os melhores interesses da Nestlé, em prol do chocolate Kinder que escraviza a humanidade e a deixa falida, querendo sempre mais.

Moral: Doe agasalhos pra quem precisa.

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