quarta-feira, 19 de junho de 2013

Galinhe - A Seguradora do Antro

Tudo começou há muito tempo, na terra comunista com rios mágicos de Pepsi, onde todo mundo tinha uma fascinação enorme por filhotes de leões, e só postavam fotos deles nas redes sociais, só de vez em quando algum engraçadinho fazia uma gracinha e postava a foto de um gato ou de um cachorro, o que provocava o ódio dos protetores dos animais. E todos cantavam com pandeiro e bandolim versões cretinas de "Leãozinho" do Caetano, com vocais femininos que pareciam de alguém que sofreu um derrame. E assim os filhotes de leão cresciam bem felizes, bem alimentados com cristãos, enquanto que a cada dois meses, epidemias de cólera atacavam a população humana.

Estava tudo às "mil maravilhas", quando aquela terra encantada foi atacada por uma coalisão dos horrores, com aberrações odiosas que simplesmente se entregavam à matança profana, e tiazonas de academia que pareciam figurantes do Marte Ataca, torcendo para poder saquear e pilhar. O sangue derramado já chegava aos joelhos e cidades eram reduzidas a escombros incendiados, uma por uma. Os inocentes estavam atravessados por estacas, e os filhotes de leão e coelhinhos foram recolhidos para campos de concentração!

O que se seguiu foi um êxodo no qual poucos teriam a sorte de se salvarem, seriam comidos por um jacaré gigante, ou só chegariam ao prostíbulo. Entre eles, com as hordas de assassinos furiosos nunca distantes de suas costas, fugia Galinhe, vulgo A Ratazana, e sua família, que jogaram tudo o que tinham no mar. E fugiram das masmorras em que estavam pelo crime hediondo de ouvirem Florence Against the Machine num volume acima de zero. A mãe ainda pranteava pela vida que deixaram pra trás! Ela tinha deixado o fogão ligado!

E foi então que eles foram encontrados pelos seres das trevas, bem distraídos! Só que Galinhe tacou os livros do irmão dela neles, e eles leeram e viraram pessoas melhores no mesmo instante. Só que o irmão dela, Cácá, que a partir daquele momento, criou um ódio imortal por ela! Era o irmão caçula que condenava a humanidade com magia negra, cuja ambição, que ele ainda iria conseguir, era ser uma estrela da TV, e gastou todo o dinheiro do Bolsa Família para construir uma casa feita de televisores. E agora ele pretendia mandar jiu - jiteiros de canais pagos atrás dela!

Galinhe assumiu as rédeas da família daquele momento em diante, muito para o ódio de Cácá. Ela se lembrava de labaredas de um passado distante, muito antes da condenação às masmorras. Ela era a Seguradora daquele antro, que passava a perna em todo mundo, cobrando muito caro e não dando meia assistência depois. Sobraria dinheiro se não fosse pelo Cácá, e por isso ela pensava em fugir que nem uma ratazana para uma terra de oportunidades; Era o que ela faria agora, só não imaginava que fosse ser desse jeito.

Ela já perdia a vontade de ir, mesmo com o antro todo indo pro inferno. Bem diante do ônibus lotado que levaria todo mundo pra segurança bem devagar, dirigdo por idosas ninfomaníacas, ela decidiu que ia empatar os planos da família e ficar plantada ali, como a única que poderia segurar o antro.

A mãe ficou louca de raiva, e o Cácá mais ainda! Perdeu idosas ninfomaníacas! E de repente, seu sonho de estrelato na tv foi cumprido, quando um móvel de tv foi jogado em cima dele, e ele morreu esmagado! Crocodilos gigantes e comissárias de um horror cósmico em figurinos justos demais com coreografia apareceram! A mãe dela foi incinerada num jato de fogo! Nada poderia ficar pior, então a Seguradora do Antro se entregou à iminente batalha com um canivete! E foi tudo uma sanguinolência
insandecida!

Depois daquele dia, as epidemias de cólera acabaram, porque não sobrou ninguém vivo, nem Galinhe que precisava muito de comida, e que teve a cabeça amassada em desrespeito às regras do futebol, e que ficou por ali mesmo.

Moral: Não dê esmola, dê futuro.

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